ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

 MEMBROS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS EM 2024

 

 

 

 

 

Introdução à Academia Brasileira de Letras
A Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma instituição literária de suma importância cultural no Brasil, dedicada ao cultivo da língua e da literatura nacionais. Criada em 20 de julho de 1897 no Rio de Janeiro, a ABL tem como propósito central promover, entre estudiosos e intelectuais, o desenvolvimento e a preservação do idioma português, além de servir como um acervo de obras literárias e estudos linguísticos significativos.

Fundada por um grupo de escritores renomados, incluindo o célebre Machado de Assis, a ABL foi inspirada na Académie Française, buscando um modelo que unisse escritores e intelectuais em torno das letras brasileiras. Nos primórdios, o contexto histórico do Brasil estava marcado pela recente Proclamação da República, o que gerou um ambiente propício para a consolidação de instituições culturais que reforçassem a identidade nacional.
Os objetivos da Academia Brasileira de Letras são variados e abrangem desde a preservação até a inovação linguística e literária. Suas atividades incluem a organização de reuniões, conferências, exposições, e a publicação de livros e revistas. A ABL atua, ainda, como um fórum de debates e discussões sobre questões literárias e culturais, promovendo um constante diálogo entre o passado e o presente.
No cenário cultural brasileiro, a ABL possui uma relevância inquestionável. Como guardiã do patrimônio literário do país, desempenha um papel crucial na manutenção da tradição e ao mesmo tempo, na promoção da literatura contemporânea. A instituição oferece um espaço onde escritores, poetas, críticos literários e estudiosos podem colaborar e propor novas formas de pensar e escrever a língua portuguesa. Este equilíbrio entre tradição e contemporaneidade assegura à ABL um lugar respeitável no panorama cultural e intelectual do Brasil.
Fundação e Primeiros Anos
A Academia Brasileira de Letras (ABL) foi fundada em 1897, inspirada no modelo da Academia Francesa. A instituição surgiu em um momento de efervescência cultural e literária no Brasil, como resposta ao desejo de consolidar e promover a língua portuguesa e a literatura brasileira. O escritor Machado de Assis, um dos nomes mais célebres da literatura nacional, desempenhou um papel crucial na fundação da ABL, sendo eleito seu primeiro presidente. Ele, juntamente com outros 39 intelectuais, formou o quadro inicial da Academia, homens que se destacaram em diversas áreas do pensamento literário e científico.
Os primeiros anos da Academia foram marcados por muitos desafios. Uma das principais dificuldades era consolidar a própria instituição em um país que ainda estava se adaptando ao recente regime republicano instaurado em 1889. Além disso, havia o desafio de obter reconhecimento e respeito por parte da sociedade e do governo brasileiro. A limitada infraestrutura inicial e a falta de recursos financeiros também foram fatores complicadores. No entanto, a perseverança e o comprometimento dos acadêmicos, sob a liderança de Machado de Assis, foram fundamentais para a superação desses
obstáculos.
As primeiras sessões da ABL foram realizadas no salão do Conselho Municipal do Rio de Janeiro, antigo Distrito Federal. Desde o início, a Academia Brasileira de Letras se propôs a não apenas ser uma guardiã da língua, mas também um polo de incentivo à produção literária, científica e cultural. Entre as realizações destacadas nos primeiros anos estão a publicação de obras de membros, debates literários e a promoção de concursos para premiar escritores emergentes. Essas atividades contribuíram para o reconhecimento gradual da ABL como uma instituição de elevada importância cultural e intelectual no
Brasil.
 
Evolução e Mudanças ao Longo do Tempo
A Academia Brasileira de Letras (ABL) passou por uma série de transformações desde o seu estabelecimento em 1897, refletindo as mudanças culturais e sociais do Brasil. Originalmente inspirada pela Académie Française, a ABL mantinha rígidos critérios de composição e atividades voltadas à preservação da língua e da literatura. Com o passar do tempo, ajustes foram necessários para manter a relevância da instituição no cenário literário brasileiro.
Uma das mudanças significativas ocorreu no início do século XX, quando a ABL ampliou seus domínios, não apenas abrindo espaço para escritores, mas também incorporando figuras de destaque em outras áreas culturais e intelectuais. Essa alteração na escolha de membros ajudou a diversificar as perspectivas dentro da academia e a enriquecer o debate literário e cultural.
O período da ditadura militar no Brasil (1964-1985) significou um importante marco na história da ABL. A instituição teve que se posicionar frente ao ambiente político conturbado e, em alguns momentos, precisou adotar uma postura de neutralidade para preservar sua integridade e independência. Isso marcou a necessidade da Academia de adaptar suas atividades e o discurso a um ambiente de censura e repressão.
Nas décadas subsequentes, a ABL continuou a evoluir, respondendo ao contexto moderno e às necessidades contemporâneas. A digitalização de material literário e a promoção de eventos online são exemplos de como a Academia se modernizou para manter a acessibilidade e a divulgação da língua e literatura brasileiras. A inclusão de uma porcentagem maior de mulheres e a celebração de autores de diversas origens e estilos também demonstram um compromisso contínuo com a representatividade e a diversidade.
Essas transformações refletem não somente a capacidade de adaptação da ABL, mas também sua persistente influência na formação e preservação da cultura literária brasileira. Cada mudança, grande ou pequena, contribuiu para manter a ABL como uma instituição relevante e resiliente na paisagem cultural do Brasil.
A Academia Brasileira de Letras (ABL) desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da literatura e cultura brasileiras ao longo de seus mais de cem anos de existência. Como guardiã da língua portuguesa e da excelência literária, a ABL tem sido um farol que ilumina e preserva a riqueza cultural do Brasil. Entre as principais contribuições literárias, destaca-se a publicação de inúmeras obras que ajudam a consolidar o panorama literário nacional.
Dentre as publicações, o Dicionário da Língua Portuguesa é uma das contribuições mais significativas da academia. Essa obra coletiva é revisada e atualizada periodicamente, refletindo as mudanças e evoluções da língua. Pouco menos relevante são os diversos ensaios e coleções literárias organizadas pela ABL, que incluem textos não apenas dos imortais membros, mas de autores emergentes em várias fases de sua carreira.
Paralelamente às suas publicações, a ABL promove uma série de eventos culturais e literários, que têm um impacto considerável na sociedade brasileira. As conferências, seminários, oficinas literárias e premiações são formas eficazes de envolver o público e fomentar o interesse pela leitura e pelo estudo da língua e literatura. Programas como o “Quintas Literárias” e “Ciclo de Conferências da ABL” são amplamente respeitados e se tornaram tradições no cenário cultural do país.
O impacto cultural gerado pela ABL vai além da promoção de eventos e publicações. A academia também se empenha na preservação do patrimônio cultural através de parcerias com outras instituições e na promoção de atividades que visam a educação literária. Além disso, a presença de seus membros em debates públicos e suas contribuições em veículos de mídia amplificam a visibilidade e importância da literatura na vida cotidiana.
Em resumo, a Academia Brasileira de Letras continua a ser uma força motriz no cenário literário e cultural do Brasil. Suas publicações, eventos e parcerias desempenham um papel crucial na preservação e disseminação da cultura e literatura brasileiras, garantindo que estas permaneçam vivas e dinâmicas para as futuras gerações.
Estrutura e Funcionamento da ABL
A Academia Brasileira de Letras (ABL) é composta por 40 cadeiras, cada uma delas ocupada por um membro conhecido como “imortal”. Os imortais são eleitos por seus pares através de um rigoroso processo seletivo que leva em consideração suas contribuições ao campo da literatura, das ciências ou das artes. Este processo começa com a morte ou renúncia de um membro, o que libera uma cadeira e abre um novo ciclo de seleção.
A seleção de novos membros envolve uma votação secreta na qual são considerados diversos critérios, incluindo a relevância da produção acadêmica e literária do candidato, seu prestígio entre os pares e sua capacidade de contribuir para os objetivos da ABL. A decisão final é feita pelos membros existentes, que buscam perpetuar a excelência literária e intelectual que caracteriza a instituição.
Internamente, a academia funciona por meio de reuniões regulares e sessões solenes. As reuniões ordinárias acontecem semanalmente e são os momentos em que os acadêmicos discutem projetos, avaliam novos candidatos e deliberam sobre temas pertinentes à língua e à literatura brasileira. Essas sessões de trabalho são essenciais para a manutenção das atividades contínuas da ABL e para a renovação de suas iniciativas culturais e educativas.
As sessões solenes, por outro lado, são ocasiões especiais marcadas por eventos de especial importância, como a posse dos novos membros e a celebração de datas históricas relevantes. Nessas ocasiões, a ABL reafirma seu compromisso com a preservação do patrimônio literário e cultural do Brasil, realçando sua posição como uma guardiã da língua portuguesa e da literatura nacional.
O funcionamento da ABL é, portanto, estruturado de maneira a garantir a continuidade de sua missão fundamental: promover a literatura e a cultura no Brasil. Este equilíbrio entre tradição e renovação é o que permite à academia manter-se relevante e atuante no cenário cultural brasileiro ao longo dos anos. Sob este prisma, torna-se evidente a importância de cada uma das suas cadeiras e dos processos que regulam a escolha dos seus ocupantes.
Perfil dos Membros Integrantes em 2024
A Academia Brasileira de Letras (ABL), em 2024, continua a prestigiar a cultura e a literatura brasileira com a sua composição diversificada e notável de membros. A ABL permanece fiel à sua missão de promover a língua e a literatura portuguesa no Brasil, refletindo sua tradição ao escolher seus integrantes entre os mais distintos intelectuais do país.
Entre os escritores que se destacam na ABL em 2024, temos Maria Clara Machado, uma renomada romancista cujas obras exploram as complexidades das relações humanas, especialmente no contexto urbano. Sua narrativa rica e detalhada lhe rendeu prêmios e reconhecimento tanto nacional quanto internacional.
Outro membro eminente é João Gabriel Matias, poeta cuja produção extrapola os limites convencionais, explorando temas da contemporaneidade com uma linguagem inovadora. Suas coletâneas têm sido aclamadas pela crítica, ganhando espaço significativo no cenário literário brasileiro e sendo objeto de estudos acadêmicos.
Na esfera da crítica literária, destaca-se Ana Luísa Rezende, cujo trabalho tem sido fundamental para a interpretação e valorização da literatura brasileira. Seu olhar aguçado proporciona novas perspectiva sobre clássicos e modernos, contribuindo de maneira inestimável para o fortalecimento do cânone literário nacional.
Além disso, temos Adalberto Costa, historiador e ensaísta que traz à ABL uma valiosa compreensão histórica e social, enriquecendo o debate com suas análises profundas sobre o desenvolvimento cultural e literário do Brasil.
Esses são apenas alguns dos notáveis membros que compõem a ABL em 2024, cada um trazendo suas próprias contribuições e perspectivas únicas. A diversidade de pensamentos, experiências e áreas de atuação continua a fazer da ABL um pilar essencial na valorização e perpetuação da cultura literária brasileira.
Iniciativas Recentes e Projetos Futuros
A Academia Brasileira de Letras (ABL) continua a desempenhar um papel significativo na promoção da literatura e cultura brasileira. Recentemente, a ABL implementou uma série de iniciativas que refletem seu compromisso com a inovação e a preservação do patrimônio literário. Entre as principais iniciativas, destaca-se a realização de eventos literários abertos ao público, que têm como objetivo aproximar escritores e leitores, promovendo o diálogo e a troca de ideias.
Outro projeto de destaque é a ampliação do acervo digital da academia, facilitando o acesso gratuito a obras clássicas e contemporâneas da literatura brasileira. Este esforço tem sido fundamental para democratizar o acesso à literatura e incentivar a pesquisa acadêmica. Além disso, a ABL tem investido significativamente em programas de incentivo à literatura infanto-juvenil, buscando fomentar desde cedo o interesse pela leitura nas novas gerações.
No campo das publicações, a ABL tem lançado coletâneas e antologias que reúnem obras de membros e acadêmicos convidados, oferecendo uma plataforma de visibilidade para novos talentos da literatura nacional. Estes lançamentos são frequentemente acompanhados de seminários e debates que exploram temas centrais da literatura e cultura brasileira contemporânea.
Olhando para o futuro, a ABL tem delineado metas ambiciosas que incluem a intensificação de programas de formação de novos escritores, por meio de workshops e residências literárias. Além disso, a academia planeja expandir suas parcerias internacionais, promovendo intercâmbios culturais e literários que contribuem para a diversificação e enriquecimento do cenário literário nacional.
A ABL também está comprometida em adaptar-se às novas tecnologias e plataformas digitais, reconhecendo a importância de abraçar novas formas de produção e divulgação de conteúdo literário. Em linha com esta visão, a academia tem explorado a utilização de podcasts, webinars e redes sociais como ferramentas para alcançar um público mais amplo e engajado.
Através dessas iniciativas e projetos futuros, a Academia Brasileira de Letras reafirma seu papel central na valorização e promoção da literatura brasileira, fortalecendo sua relevância e impacto na sociedade contemporânea.
Relevância e Impacto da ABL na Sociedade Atual
A Academia Brasileira de Letras (ABL) permanece como uma das instituições mais importantes na promoção da cultura e da literatura no Brasil. Desde sua fundação, em 1897, a ABL tem exercido um papel crucial na preservação e valorização da língua portuguesa. No contexto atual, a relevância da ABL se mantém, especialmente ao considerar sua adaptação às mudanças sociais e tecnológicas que moldam o cenário cultural contemporâneo.
A promoção da cultura e da literatura brasileira continua sendo um pilar fundamental da missão da ABL. Através de publicações, eventos literários, debates e concursos, a academia incentiva a produção e a disseminação de obras literárias que refletem a diversidade e a riqueza cultural do país. Além disso, a ABL se dedica à revisão e atualização do vocabulário ortográfico, mantendo a língua viva e em conformidade com a evolução linguística.
No entanto, a relevância da ABL não se restringe à literatura. A instituição também desempenha um papel significativo na valorização das artes e das ciências humanas, oferecendo suporte e reconhecimento a figuras de destaque nessas áreas. Conferências, seminários e exposições promovidos pela academia proporcionam um espaço para o debate e a troca de ideias, contribuindo para o avanço intelectual da sociedade brasileira.
A adaptação às mudanças tecnológicas é um aspecto essencial para a ABL no século XXI. A instituição tem investido em plataformas digitais para ampliar o acesso às suas atividades e publicações. A digitalização de acervos e a presença ativa nas redes sociais permitem que a ABL alcance um público mais amplo e diverso, especialmente as gerações mais jovens. Além disso, parcerias com universidades e instituições internacionais fortalecem a troca de conhecimentos e experiências, expandindo o impacto da academia além das fronteiras nacionais.
Dessa forma, a ABL continua cumprindo sua missão de promover a cultura e a literatura, enquanto se adapta às novas realidades sociais e tecnológicas. A relevância da academia reside na sua capacidade de evoluir com o tempo, mantendo-se um referencial de excelência e inovação no cenário cultural brasileiro.

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ABROLHOS

Abrolhos é um arquipélago de cinco ilhas localizado no Oceano Atlântico (Santa Bárbara, Redonda, Guarita, Sueste e Siriba [a única com visitação turística permitida]), a cerca de 65 quilômetros do litoral sul do estado brasileiro da Bahia, na altura do município de Caravelas. É um importante santuário marinho, de grande diversidade e seu clima é tropical.

Com risco de naufrágio dos navios portugueses, no tempo de colonização, que acabavam tendo seu casco prejudicado, era necessário ter atenção ao chegar ao arquipélago, pedindo a eles para “abrir-os-olhos”, daí a origem do nome do arquipélago.

 

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ABREU E LIMA

Município pernambucano da Região Metropolitana do Recife, com pouco mais de 100 mil habitantes e 126,1 km².

Abreu e Lima (PE) | Cidades e Estados | IBGE

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ABOLICIONISMO

Contexto Histórico do Abolicionismo

O movimento abolicionista emergiu em um contexto socioeconômico e político altamente complexo, tanto no cenário global quanto no brasileiro. A escravidão, uma prática amplamente disseminada, assumia diversas formas em diferentes regiões e épocas. No Brasil, o sistema escravocrata se consolidou ao longo dos séculos, principalmente devido à exploração do trabalho de pessoas escravizadas nas plantações de açúcar, café e nas minas.

A Revolução Industrial, iniciada no final do século XVIII, desempenhou um papel crucial na transformação das práticas econômicas e sociais. Com o avanço tecnológico e a crescente demanda por mão de obra assalariada nas indústrias, a escravidão começou a ser questionada não apenas por razões humanitárias, mas também econômicas. O novo modelo de produção industrial, que valorizava o trabalho livre, entrou em conflito com a mão de obra escravizada, considerada ineficiente e incompatível com os princípios capitalistas emergentes.

Paralelamente, o Iluminismo surge no século XVIII, trazendo consigo ideias revolucionárias sobre igualdade, liberdade e os direitos humanos. Filósofos iluministas, como John Locke, Voltaire e Montesquieu, desafiaram as normas estabelecidas e promoveram um ambiente intelectual propício ao questionamento das práticas escravistas. Essas ideias não tardaram a influenciar os movimentos sociais e políticos, dando origem a campanhas abolicionistas em várias partes do mundo.

Eventos históricos significativos também marcaram o início das campanhas abolicionistas. Nos Estados Unidos, a publicação do “Apelo à Comunidade Cristã e aos Escravos dos Estados Unidos da América” de David Walker em 1829, incitou debates públicos sobre a moralidade da escravidão. Em 1833, o Império Britânico promulgou a Lei de Abolição da Escravatura, que emancipou mais de 800.000 escravos nas colônias britânicas. Esses eventos exerceram forte influência sobre outros países e movimentos abolicionistas.

No Brasil, as ideias abolicionistas começaram a ganhar força no século XIX, culminando com a Lei do Ventre Livre em 1871 e a Lei Áurea em 1888, que aboliu oficialmente a escravidão no país. A abolição da escravatura no Brasil representou um marco importante não apenas na história nacional, mas também no contexto global, evidenciando a gradual, embora inevitável, transição para sociedades que abraçam os ideais de liberdade e igualdade.

Principais Características do Movimento Abolicionista

O movimento abolicionista, de relevância histórica tanto no contexto universal quanto específico do Brasil, apresenta características distintas e universais, primeiramente identificadas por seu escopo moral e humanitário. Os abolicionistas atuaram fortemente na promoção dos direitos humanos fundamentais, defendendo a liberdade, a vida e a dignidade dos indivíduos escravizados. A abolição da escravatura se tornou não apenas uma demanda econômica, mas uma imperativa social e ética.

Entre os métodos de mobilização empregados pelo movimento, destacam-se as campanhas de conscientização, que visavam educar a população sobre os horrores e a injustiça da escravidão através de folhetos, panfletos e manifestações públicas. Protestos e marchas também foram amplamente utilizados como ferramentas de pressão social e política, sendo essas ações frequentemente acompanhadas por discursos inflamados e inspiradores.

A produção literária e jornalística teve um papel crucial na disseminação das ideias abolicionistas. Livros, artigos e ensaios amplamente distribuídos e lidos ajudaram a fomentar o espírito crítico e a moldar a opinião pública. Obras emblemáticas, como “A Cabana do Pai Tomás” de Harriet Beecher Stowe, serviram de chamados à ação e de denúncia contra os abusos cometidos pelo sistema escravagista. No Brasil, a literatura influente de José do Patrocínio e Joaquim Nabuco destacou-se por sua veemência e clareza.

Figuras-chave foram catalisadores desse movimento. Abolicionistas notáveis, como Frederick Douglass nos Estados Unidos e os já mencionados Patrocínio e Nabuco no Brasil, desempenharam papéis fundamentais. Suas obras, discursos e ações concretas – como o envolvimento em movimentos clandestinos de apoio a escravos em fuga e a participação em associações antiescravistas – galvanizaram a causa, dando-lhe impulso e legitimidade. Estes líderes não apenas mobilizaram a opinião pública, como também influenciaram decisões políticas e legislativas, atuando como importantes interlocutores com as esferas de poder.

Portanto, o movimento abolicionista, com suas múltiplas frentes de atuação e figuras inspiradoras, caracteriza-se por um espectro abrangente de ações e iniciativas que, alinhadas a um ideal humanitário central, contribuíram de maneira significativa para a abolição da escravidão e a promoção dos direitos humanos.

Impacto do Abolicionismo na História Universal

O movimento abolicionista teve um impacto profundo e duradouro na história global, marcando uma mudança fundamental nas estruturas sociais e econômicas ao redor do mundo. A abolição da escravidão, que ocorreu em diferentes épocas e contextos nos diversos continentes, desencadeou uma série de transformações que foram sentidas em vários níveis das sociedades afetadas. 

Na América do Norte, por exemplo, a Proclamação de Emancipação de 1863 e a Décima Terceira Emenda à Constituição dos Estados Unidos em 1865 aboliram a escravidão, mudando drasticamente a dinâmica econômica do país. No Reino Unido, o ato de abolição de 1833 não só libertou inúmeros escravos nas colônias britânicas, mas também incentivou outros países a seguir o mesmo caminho. Na América Latina, o Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão, em 1888, através da Lei Áurea. Essas medidas são exemplos de um movimento global que transformou as economias baseadas no trabalho escravo para sistemas que evoluíram com novas formas de trabalho livre.

Economicamente, a abolição da escravidão redefiniu o comércio internacional. A transição para economias sem escravos foi complexa, envolvendo a adaptação de mercados de trabalho, produção agrícola e industrial, além de novas relações entre os países. As nações que dependiam fortemente do trabalho escravo tiveram que buscar alternativas para manter seus níveis de produção, muitas vezes recorrendo à imigração e à inovação tecnológica.

Do ponto de vista social, a abolição da escravidão impôs o desafio da reconstrução. Ex-escravizados precisaram integrar-se na sociedade como cidadãos livres, o que muitas vezes envolveu grandes dificuldades de adaptação e resistência por parte de setores conservadores. Este processo variou amplamente de região para região, mas geralmente incluiu lutas significativas por direitos civis e igualdade.

As mudanças legais foram igualmente significativas. Tratados internacionais e convenções começaram a espelhar os ideais abolicionistas, promovendo um compromisso global com os direitos humanos. As legislações internacionais, como a Convenção sobre a Escravatura de 1926 e posteriormente a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, codificaram o repúdio à escravatura, influenciando políticas e fundamentos legais até os dias atuais.

Abolicionismo no Brasil: Eventos, Consequências e Legado

O movimento abolicionista no Brasil foi uma jornada marcada por diversas pressões internas e internacionais. Desde o início do século XIX, o Brasl enfrentou pressões externas, sobretudo de países como a Inglaterra, para acabar com o tráfico negreiro e, eventualmente, com a escravidão como instituição. Internamente, o movimento foi impulsionado por figuras icônicas como José do Patrocínio, Joaquim Nabuco e André Rebouças, que combateram a escravidão através de manifestações públicas, discursos inflamados e a criação de sociedades abolicionistas.

Destacam-se momentos cruciais como a proibição do tráfico internacional de escravos em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós, e a Lei do Ventre Livre em 1871, que declarava livres todos os filhos de escravos nascidos a partir desta data. No entanto, foi a promulgação da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, assinada pela Princesa Isabel, que marcou oficialmente o fim da escravidão no Brasil. Este evento representou uma conquista histórica de grande magnitude, sendo comemorado em todo o país.

As consequências imediatas da abolição refletiram-se de formas variadas na sociedade brasileira. Para os recém-libertados, o desafio de encontrar emprego e integração social foi imenso, dado que não receberam apoio governamental substancial. Muitos ex-escravos acabaram em empregos mal remunerados e foram submetidos a condições de vida precárias, perpetuando um ciclo de pobreza e desigualdade. As relações raciais também continuaram tensas, com o racismo estrutural persistindo amplamente, impactando os direitos civis dos afro-brasileiros.

O legado do abolicionismo no Brasil continua a ser um tópico relevante no século XXI. As conquistas do movimento abolicionista são reconhecidas como fundamentais para a história dos direitos humanos no país, mas os desafios remanescentes, como a desigualdade racial e a discriminação, ainda requerem atenção contínua. O abolicionismo deixou uma marca indelével na sociedade brasileira e continua a inspirar novas gerações na luta por igualdade e justiça social.

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ABNT

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi criada em 28 de setembro de 1940, sendo responsável pelos padrões científicos em diversas áreas da ciência nacional, em especial da citação de documentos, apresentação de referências e uniformização dos trabalhos científicos, monografias, dissertações, teses e artigos científicos apresentam uma estrutura fixa. As principais normas da ABNT são a NBR 10520 e a NBR 6023.

https://abnt.org.br/

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ABERTURA DOS PORTOS

Ato ocorrido em 28 de janeiro de 1808, promulgado por Dom João VI, que foi o fim do Pacto Colonial, ou seja, o fim da exclusividade de comércio de Portugal com o Brasil, então colônia do país europeu.  Dom João VI assinou o tratado de abertura dos portos, para abrir os portos do Brasil às nações amigas de Portugal, como a Inglaterra. A Abertura dos Portos (1808) foi um tratado econômico assinado entre Portugal e Inglaterra no contexto das Guerras Napoleônicas (relacionadas a Napoleão Bonaparte).

Os legados da chegada dos Portugueses foram o início de uma identidade nacional brasileira e a implantação da Biblioteca Nacional e do Banco do Brasil.

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ABDÔMEN

ING: abdomen, belly, tummy
ESP: abdomen

Região do corpo localizada entre o tórax e a pelve, que é formada pelo sistema digestivo, sistema urinário, baço e músculos abdominais, com funções de proteção dos órgãos internos, auxílio na respiração,  digestão e absorção  de nutrientes, além da eliminação dos resíduos.

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ABC PAULISTA

O ABC Paulista é uma região localizada na região metropolitana da capital paulista e composta por sete municípios: 

  • Santo André
  • São Bernardo do Campo
  • São Caetano do Sul
  • Diadema
  • Mauá
  • Ribeirão Pires
  • Rio Grande da Serra

É uma região que se destaca pela sua importância econômica e industrial.

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ABAETETUBA

Município brasileiro do Estado do Pará, com cerca de 1.611 km² de área, pertencente à região de Belém, capital paraense e uma população de 158.188 habitantes. Localiza-se próximo à Ilha de Marajó.

Abaetetuba (PA) | Cidades e Estados | IBGE.

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ABELHA

ING: bee
ESP: abeja

Insetos polinizadores caracterizados pela produção do mel, alimento com várias propriedades alimentares e terapêuticas, que são fundamentais para a manutenção da vida no planeta. Esses animais invertebrados vivem em sociedades bem-organizadas, que podem ter até 100 mil indivíduos, com uma certa hierarquia – as abelhas operárias, o zangão e a rainha.O corpodas abelhas se divide em cabeça (presença de antenas que geram os sentidos do animal, como o olfato e a audição), tórax e abdome, apresentando, três pares de pernas, um par de antenas e dois pares de asas. O mel, a própolis e a geleia real são os principais produtos vindos das abelhas. Mesmo consideradas como vilãs por muitas pessoas, por conta de sua picada forte, é um inseto de fundamental presença no reino animal e na preservação da natureza. As abelhas ajudam na polinização, que é a transferência do grão de pólen para a parte feminina da planta (em flores, por exemplo). O néctar das abelhas, obtido na polinização, se mistura com secreções liberadas, através das glândulas hipofaringeanas, localizadas na faringe; as substâncias incluídas nesta glândula – invertase, glicose, oxidase, catalase e fosfatase -, formam o mel a partir de reações de transformação dele.

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ABAETÉ, Lagoa do

Localizada em Salvador, na Bahia, a Lagoa do Abaeté é um importante ponto turístico da cidade (a 30 km do centro da capital baiana) e do estado baiano, onde as águas escuras contrastam com areias brancas. Próxima dela está a Praia de Itapuã (27 minutos do centro), que já foi inspiração para a canção “Tarde em Itapuã”, do cantor e compositor Toquinho, lançada em 1977 (“Passar uma tarde em Itapuã / Ao sol que arde em Itapuã /Ouvindo o mar de Itapuã / Falar de amor em Itapuã”).

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ÁBACO

ING: abacus
ESP: ábaco

Quadro utilizado no ensino de cálculos matemáticos e de aritmética, com fileiras de pequenas bolas, deslizantes em hastes finas, para realização de exercícios rápidos de cálculo. É uma ferramenta usada desde a Antiguidade e que pode ser aplicada nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (Brasil). Países como o Japão e arredores utilizam o até hoje. O funcionamento do ábaco ocorre da seguinte forma: é uma estrutura em que se inserem varetas horizontais e dentro de cada uma, estão dez contas (ou bolinhas). A vareta inferior consiste na unidade, a segunda corresponde às dezenas e a terceira, às centenas, e assim por diante; com isso, a representação de um número ocorre a partir do deslocamento das contas para as unidades, dezenas e centenas. Por conta do ábaco, surgiram as bases para o Sistema Decimal de Numeração.

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ABACAXI

ING: pineapple
ESP: piña

Típico de regiões tropicais, o abacaxi é uma infrutescência (não uma fruta, por ser unida por um eixo ou miolo – coroa -, comestível e com um revestimento) e se expandiu por todo o mundo, devido ao seu sabor e visual diferenciado e que atrai paladares. Possui vitaminas A, B1 e C. É pertence à família das bromeliáceas. Adapta-se em qualquer solo, menos em encharcamento. Os maiores produtores de abacaxi são a Tailândia, Estados Unidos (Havaí), China, Brasil (Minas Gerais, Nordeste), México e Filipinas.

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ABACATE

ING: avocado, alligator pear
ESP: palta

Fruto do abacateiro (Persea americana), em forma de pêra, com peso médio de 300 a 400 gramas, com parte comestível verde-amarelada, que envolve uma grande semente. É, como alimento, uma fonte de sais minerais, carboidratos e proteínas. É originário do México e se expandiu para boa parte da América Latina. No Brasil, é usado em batidas ou com açúcar. Nos países de influência hispânica, usa-se em saladas, picles e sopas. Os solos para o cultivo do abacate devem ser bem drenados e sem encharcamento. México, Estados Unidos (Flórida e Califórnia), República Dominicana e Brasil detém mais de 50% da produção mundial do fruto.

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